Um promissor spin-off de sobrevivência em Ashenfall, que encanta com a Unreal Engine 5, mas sofre com a escassez de conteúdo no Acesso Antecipado e falhas no ritmo de combate.

A Jagex, lendária desenvolvedora por trás do MMORPG RuneScape, nos apresenta seu mais novo título: RuneScape: Dragonwilds. Lançado em Acesso Antecipado no Steam, este spin-off se afasta da fórmula de MMO tradicional para abraçar o gênero de sobrevivência e construção em mundo aberto, seguindo a linha de jogos como Valheim. A proposta é ousada: ambientar a ação no icônico universo de RuneScape , mas com a roupagem moderna da Unreal Engine 5 e uma narrativa que se passa no continente esquecido de Ashenfall, onde os dragões despertaram. A ambição de misturar alta fantasia com elementos leves de RPG no universo clássico está clara.
O jogo já está disponível com suporte e canais exclusivos em Português do Brasil (PT-BR) , um passo importante da Jagex para se conectar com a comunidade latino-americana.
Jogabilidade: magia e crafting em combate
Dragonwilds pode ser jogado no modo single-player (solo) ou em co-op com até quatro jogadores. A essência da sobrevivência está presente: coletar recursos, construir, aprimorar habilidades e, claro, combater criaturas como os goblins, com o objetivo final de derrotar a Rainha Dragão.
Combate e progressão
O diferencial aqui é o uso da Ânima e dos feitiços de habilidade , que podem ser usados para transformar o mundo ao seu redor, seja para invocar machados espectrais para cortar árvores ou canalizar energia para reparar armaduras. O sistema de progressão é único, permitindo desbloquear novos feitiços, receitas de criação e habilidades.
Na prática, a experiência atual do Acesso Antecipado revela uma jogabilidade fluida, com mecânicas suaves e sistemas divertidos no geral. No entanto, o combate apresenta ressalvas significativas. A dependência da energia (100 pontos) para praticamente todas as ações — correr, lutar, conjurar, pular — parece ser uma falha grave, assemelhando-se a um sistema de jogo mobile esquisito, capaz de levar o jogador à morte por exaustão em meio a um ataque.
Outro ponto de frustração é a cura em combate: a impossibilidade de se curar durante a luta é um grande obstáculo, forçando o jogador a buscar um esconderijo, o que é contra intuitivo para um RPG de Ação. Há também relatos de bugs de movimento ao se aproximar de inimigos em combate corpo a corpo. Curiosamente, o arco e flecha e a magia (como o staff de Fogo/Vento, apesar de hype) parecem ser desproporcionalmente fortes ou “quebrados”, oferecendo uma vantagem injusta.
O chefe final atual é decepcionante, fácil de ser derrotado com ataques à distância e mecânicas simples de desvio, sendo menos desafiador que os mobs comuns das Terras Altas. A dificuldade geral do jogo é notavelmente baixa (você a classificou como 2/10), o que tira o sabor da vitória.
Construção, crafting e exploração
O sistema de construção é um dos grandes destaques positivos, descrito como “incrivelmente satisfatório”. Fazer fortificações e vilas é um prazer, embora haja uma carência de opções de decoração. Infelizmente, este sistema é minado pela mecânica de “raid” onde goblins e criaturas podem destruir bases e matar o jogador enquanto ele está dentro dela ou dormindo, exigindo a reconstrução constante das estruturas.
O crafting e a coleta de recursos são “excelentes” , e a exploração do vasto continente de Ashenfall é divertida, embora as side quests pareçam ser mais um meio para o loot estético (capas) do que para o avanço narrativo. A viagem rápida é funcional e até “OP” com a colocação de teletransportadores por todo lado, mas é prejudicada por um “carregamento estranho do mapa” após o teleporte.
Gráficos/Som: o poder da Unreal Engine 5
O jogo se beneficia da Unreal Engine 5, o que permite que Dragonwilds apresentar uma paisagem impressionante e feita à mão. As imagens divulgadas mostram um mundo vibrante e belo, o que é um salto visual em relação ao clássico RuneScape. Apesar do potencial gráfico, o jogo está em Acesso Antecipado, e ainda aguardamos a inclusão da trilha sonora completa nas futuras atualizações.
História/Narrativa: o despertar em Ashenfall
A narrativa se concentra no despertar dos dragões em Ashenfall e na necessidade dos aventureiros de se unirem para derrotar a Rainha Dragão. A Jagex promete uma aventura que se mistura com a icônica história de RuneScape.
No estado atual, o maior problema é o baixo volume de conteúdo. O limite de progressão é atingido rapidamente, e o ritmo lento das atualizações ameaça a retenção dos jogadores, lembrando o início de outros títulos do gênero. A falta de conteúdo satisfatório para “viciar” os jogadores faz com que a experiência atual seja de aproximadamente 10 a 15 horas de jogo pelo preço de lançamento.
Uma joia bruta em busca de conteúdo

A Jagex acertou na transição do universo RuneScape para o gênero de sobrevivência, apresentando mecânicas centrais sólidas, um sistema de construção satisfatório e gráficos modernos.
No entanto, o Acesso Antecipado revela uma grande necessidade de expansão de conteúdo e refinamento de sistemas. O combate é prejudicado por bugs, a mecânica de energia é punitiva e a ausência de cura em batalha é frustrante. O problema de conteúdo, que limita a jogatina a poucas horas, e a baixa dificuldade podem afastar os jogadores mais dedicados que buscam um desafio duradouro. O futuro do jogo dependerá da velocidade e qualidade das atualizações, que já prometem novas missões, NPCs, narrativa e modos de jogo.
Dragonwilds é um jogo que vale a pena ser observado. Recomenda-se a compra para aqueles que apreciam o gênero e querem apoiar o desenvolvimento, mas que estejam cientes de que a experiência atual é curta.
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